A vida é feita de perdas
No início, são pequenas – perde-se um tempo no colo da mãe, perde-se a chupeta, o equilíbrio, uns dentes de leite.
Passam-se os anos e perde-se a noção de si mesmo. E você acaba se perdendo. Se perdendo naquelas escolhas que provavelmente vão te assombrar por muitos anos – se perde num corte de cabelo, naquelas roupas ‘descoladas’, nas suas novas músicas favoritas.
Nesse processo de se perder, também começamos a nos encontrar. Mas nem por isso as perdas acabam.
Perde-se um amor (ou dois ou três), perde-se amizades, oportunidades, desafios.
Sim, a vida é feita de perdas. E é exatamente essa a beleza do ser humano. Por mais que nossas vidas acumulem perdas, somos sempre capazes de superá-las, de nos superar.
Não, não é fácil. Ninguém disse que seria (nem que seria justo, para constar).
Eu ainda perco o equilíbrio, perco amores, perco amigos. Mas aprendi que essas perdas são o que, no final, me fazem quem eu sou, me fazem mais forte.
Como qualquer um, não gosto de perder. Não me acostumei com a sensação. Não acho que jamais me acostumarei. Mas tudo bem, também. Do contrário, que graça a vida teria?
O interessante é sempre poder olhar para trás com aquele gostinho bom de saudade; gostinho de que, afinal, não perdemos nada, mas superamos tudo.
Pelo menos, é isso que almejo. Almejo muitas perdas. E almejo se capaz de superar todas elas. Em grande estilo.